A ele falou primeiro a deusa, Atena de olhos garços:
"Telémaco, não deves sentir vergonha; de modo algum!
Pois foi para isto que atravessaste o mar, para saberes notícias
de teu pai: onde o cobriu a terra ou que destino foi o seu.
Canto III
Assim falou; e uma nuvem de dor se apoderou de Laertes.
Com ambas as mãos agarrou em terra misturada com cinza
e atirou-a por cima da cabeça, gemendo incessantemente.
Comoveu-se o coração de Ulisses e nas narinas sentiu
uma dor lancinante, ao ver naquele estado o pai amado.
Lançou-se a ele, com beijos e abraços, e disse estas palavras:
"Eu próprio sou aquele por quem perguntaste, ó pai.
Cheguei no vigésimo ano à amada pátria.
Pára de te lamentares, deixa agora o pranto lacrimejante.
Tudo te direi, pois neste momento não há tempo a perder."
Canto XXIV
Homero, Odisseia, Edições Cotovia, 2003
Tradução de Frederico Lourenço
Homero, Odisseia, Edições Cotovia, 2003
Tradução de Frederico Lourenço
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on quinta-feira, 18 de março de 2010
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