O fuso

Posted by C. in

Em Platão, o fuso da necessidade simboliza a necessidade que reina no coração do universo.

O fuso gira com um movimento uniforme que arrasta a rotação do conjunto cósmico. Indica uma espécie de automatismo no sistema planetário: a lei do eterno retorno. A este propósito pode ser comparado com o simbolismo lunar. As filhas da Necessidade, as Moiras, cantam com as Sereias, fazendo girar os fusos: Láquesis (o passado), Cloto (o presente), Átropos (o futuro); elas regulam a vida de todos os seres vivos com a ajuda de um fio que uma fia, a outra enrola e a terceira corta.

Este simbolismo indica o carácter irredutível do destino: impiedosamente, as Parcas fiam e desfiam o tempo e a vida. O duplo aspecto da vida é manifesto: a necessidade do movimento, do nascimento até à morte, revela a contingência dos seres. A necessidade da morte reside na não-necessidade da vida.

O fuso, instrumento e atributo das Parcas, simboliza a morte.

Chevalier, Jean; Gheerbrant, Alain, Dicionário dos Símbolos, trad. de Cristina Rodriguez e Artur Guerra, Lisboa, Teorema, [s.d.], p. 342.

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