Rixa
A Rafael Méndez
No meio desse barranco
as navalhas de Albacete,
belas de sangue contrário,
têm um brilho de peixes.
Uma dura luz de cartas
recorta no verde agreste
cavalos enfurecidos
entre perfis de ginetes.
Na copa de uma oliveira
estão a chorar duas velhas.
Enquanto o touro da rixa
se eleva pelas paredes.
Uns anjos negros traziam
lenços e águas de neve.
Anjos com asas enormes
de navalhas de Albacete.
Juan Antonio de Montilla
rola morto na ladeira,
o corpo cheio de lírios
e uma romã na testa.
Cavalga uma cruz de fogo,
que é uma estrada da morte.
LORCA, Federico Garcia, Antologia Poética, 1993, Relógio de Água, Lisboa.
Tradução: José Bento
Nota: Desta vez, a poesia com direito a resposta chegou um pouco mais tarde. Mas aqui está este poema de sangue fresco para vos incitar furiosas respostas e inflamadas leituras.
This entry was posted
on sexta-feira, 19 de junho de 2009
at sexta-feira, junho 19, 2009
and is filed under
Telemaquia: Poesia com Direito de Resposta
. You can follow any responses to this entry through the
comments feed
.