Apenas futilidade?

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Há bibliófilos para todos os gostos. Uns, caladotes, fazem discretamente as suas compras, como se andassem sobre veludo; outros, mais faladores, exuberantes mesmo, têm sempre uma história para contar, a propósito de um livro, de um autor, de um livreiro. No meio termo estão os indecisos permanentes, que viram e reviram o livro como sapato novo, camisola de feira ou melão de Almeirim, antes de tomarem a decisão heróica de o comprar, se possível com desconto. E há, já se vê, os que, depois de desbancarem a fazenda toda, gabando muito a mercadoria e o mercador, saem da livraria como entraram, prometendo voltar em breve. Curiosamente, voltam mesmo. Só que, quando se preparam para adquirir o tal volume que lhes faltava e que, da primeira vez, não sabiam ao certo se tinham ou não tinham na sua biblioteca, verificam, desolados, que o livro não está mais no seu lugar, nem na livraria, e se calhar não estará já na cidade nem no país...

ALFARRÁBIOS, ALFARRABISTAS E BIBLIÓFILOS
(extractos)
pelo Prof. Artur Anselmo - in 2ª Feira do Livro Antigo - Outubro 1994

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4 comentários

Este comentário foi removido pelo autor.
15 de julho de 2009 às 19:31

Claro que não!

Em meia hora de conversa com um alfarrabista pode-se aprender mais do que numa semana de aulas bolonhesas.

15 de julho de 2009 às 19:33

Depende do prof. que dá a aula e depende do alfarrabista...

Mas, no geral, é isso. Sad but true.

15 de julho de 2009 às 20:11

Como me parecem familiares várias situações apontadas...
Hoje estou me sentindo heroina, pois estava com pouco dinheiro mas não resisti a comprar uma reedição do "Segundo Sexo" da Simone de Beauvoir; o meu, dos anos 60, me roubaram...
Abraços brasileiros!

15 de julho de 2009 às 22:11

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