[...] Na Idade Média, blasfemar era um pecado mortal, e os camponeses nunca se arriscavam a isso, mas os senhores não o evitavam, até que um dia um jesuíta, favorito do rei, os proibiu de usar o nome de Deus nas suas blasfémias predilectas. Eles contornaram esta dificuldade substituindo Deus por Azul (em francês, Dieu por Bleu, palavras com a mesma terminação). E foi assim que «par la mort de Dieu» (pela morte de Deus) se transformou em «morbleu». «Sacré Dieu» (Santo Deus) se transformou em «sacrebleu». «Par Dieu» (Por Deus) se transformou em «parbleu». «Par le sang de Dieu» (Pelo Sangue de Deus) transformou-se em «palsambleu», etc... A criandagem, que muitas vezes só entendia esta última imprecação, retinha apenas «sang bleu» (sangue azul). Como o uso destas imprecações era um privilégio da nobreza, para distinguir um nobre de um plebeu os criados diziam: «Aquele é um sangue azul!»
AA.VV., "Azul", Dicionário dos Símbolos, trad. de Cristina Rodriguez e Artur Guerra, Lisboa, Teorema, [s.d.], p.106.
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on sexta-feira, 17 de julho de 2009
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