O decrescimento é um movimento de indivíduos, que um pouco por todos os países industrializados, se questionam sobre o objectivo principalda nossa sociedade actual: o crescimento económico. A primeira coisa com que nos deparamos é mais que uma noção politica ou idealista, é uma questão física! Não pode existir crescimento infinito, isto é, sem limites, num mundo finito. Querendo isto dizer que as matérias primas, sejam elas quais forem, terão, a um determinado momento, um fim. Sobretudo se continuarmos a explorar inconscientemente os recursos, sem nunca os repôr. As matérias primas que requerem a nossa principal atenção neste momento são os combustíveis fósseis, não apenas pelo seu fim estar à vista, mas sobretudo por cerca de 90% de toda a indústria, comércio, prestação de serviços, etc, se basear nestes para existir. Isto significa que quando os combustíveis começarem a aumentar consideravelmente de preço, por se tornar cada vez mais difícil a sua extracção, o custo, por exemplo, da produção e transporte de bens de consumo imediato aumentará, e muito. Deixará de ser rentável ir buscar matérias primas à Ucrânia, que serão transformadas na Índia, embaladas na China e vendidas em Portugal, porque todos os transportes serão caríssimos, sem falar da energia necessária para a maquinaria, etc... Será igualmente caro transportar o lixo que daí advêm para longe do nosso olhar. Com este exemplo apercebemo-nos que como consumidores somos intermediários entre uma cadeia tentacular e espectacular de produção e uma rede complexa de tratamentos de dejectos, com as quais, no nosso dia a dia, não temos qualquer contacto e que desconhecemos quase totalmente. Á primeira vista podemos pensar que o decrescimento se debate com questões de ordem ambiental, pois, ao questionar os limites docrescimento económico depara-se inicialmente com a destruição dos recursos naturais, mas este questionamento leva-nos mais além, damo-nos rapidamente conta da degradação social gerada por este estilo de vida, o do sempre mais. Mais conforto, mais consumo, mais bens materiais, mais trabalho, mais custos do conforto, mais tempo nos transportes públicos ou nas filas de trânsito. Por o capitalismo não ser uma ideologia, mas uma teoria económica, e por isso não ter carácter político e social, é vazio a nível humano. No entanto, tornou-se o motor impulsionador de quase todas as sociedades, mesmo as de terceiro mundo. Uma sociedade baseada numa teoria vazia não pode senão gerar uma sociedade com um enorme vazio humano. A solidão já afecta milhões de pessoas no mundo ocidental, a depressão é a doença do século XXI. Daí nos perguntarmos, onde vamos com esta sociedade em que os valores do foro da economia se sobrepõe aos valores humanos? O decrescimento baseia-se nestes dois pontos principais, o ambiente, e os limites físicos do planeta, e as questões sociais. O que fazer face a tudo isto?A primeira coisa é tomar consciência. Quando se está consciente do quese passa à nossa volta podemos tomar decisões e opções em função disso e ter poder sobre o rumo da nossas vidas. Muitas pessoas em todo o mundo fazem a escolha da simplicidade voluntária, o que, por outras palavras, é optar por ter menos dinheiro, portanto, consumir menos, mas ter mais tempo para si e para os outros. Ter um emprego em part time, uma casa com uma renda mais baixa, ir para o campo cultivar a terra, a auto suficiência, fazer hortas urbanas, são alguns exemplos. A cada um a sua forma!
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on quarta-feira, 6 de maio de 2009
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