Leya vai explorar Livraria Barata

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Grupo editorial quer revitalizar o espaço na Avenida de Roma, em Lisboa, dando mais atenção aos professores

O grupo editorial Leya e a Livraria Barata estabeleceram uma parceria para exploração daquele espaço na Avenida de Roma, em Lisboa. O acordo tem como objectivo a revitalização e dinamização da conhecida livraria, que é também um local histórico da capital. De acordo com um comunicado divulgado pela Leya, "é também objectivo fundamental desta parceria a manutenção do excelente serviço pelo qual a Livraria Barata é conhecida entre os seus clientes".

O acordo prevê, ainda, a instalação na cave, local onde já funcionou uma galeria de arte, de uma Loja do Professor, espaço que será dedicado aos professores e às editoras escolares integradas no grupo Leya, a saber Asa, Gailivro, Novagaia, Texto e Sebenta.

A Barata - Tabacaria, Papelaria, Livraria abriu as suas portas na avenida de Roma em 1957. Durante os anos 60 o espaço foi gerido por António Barata, que o tornou uma das mais emblemáticas livrarias de Lisboa, sobretudo no período do Estado Novo e da censura. Em 1986, o espaço foi remodelado e ampliado. Em 1991 António Barata foi distinguido com a Medalha de Ouro de Mérito Municipal. O fundador da Barata faleceu em 1992.

Edição de hoje do Diário de Notícias


COMENTÁRIO:

Qualquer dia servem-nos os livros em menus Big Mac ou Chicken Light com molho para batatas fritas. A Mac Donald's agradece-me a publicidade.

Mas o que dizer?

Na minha cidade natal, existem apenas duas livrarias. E o que está a ser feito das livrarias de Lisboa, capital de tudo? Não me venham com as tretas da uniformização económica, se as pessoas lêem "merda" é porque as alternativas não são badaladas aos sete ventos, nos cartazes, na televisão, nas ofertas com o Expresso e o Sol.

Já uma pessoa não pode conduzir no eixo norte-sul, que não fique, a alta velocidade, com os cartazes da Fúria Divina impressos na mente. A própria tabuleta, que indica a saída para a Praça de Espanha surgiu sob o epíteto PRAÇA DE ESPANHA, ou a Fúria Divina.

Infelizmente, as pessoas compram aquilo que se vende. E não posso censurar as pessoas que vão à Bertrand, por ignorarem a existência das grandes livrarias, que nem ficam a jeito, nem têm parques de estacionamento... mas posso censurar as Livrarias Bertrand, sendo que uma das duas livrarias existentes na minha cidade natal é uma filial da dita cuja, por não ter à venda mesmíssimamente NADA. Nem as edições novas da Antígona, Relógio de Água, Difel… sei lá… todas essas coisas boas e frescas que se andam a reeditar.

Isto é o quê, meus amigos?

Se já viajamos nas vias reservadas a automóveis e motociclos, isto é, vias equiparadas a auto-estradas, com a Fúria Divina a entrar-nos na mente, não estaremos a vivenciar a profecia de Ray Bradbury?

Isto já para não falar que daqui a meia dúzia de anos, se os plasmas continuarem a crescer desta forma gritante, a Fnac já não terá o seu cantinho para os livros, com os coffrets Caim, com oferta de loção corporal.

Permitam-me, mas viva à Trama, à Papelaria Pantufa, ao alfarrabista Romão da Praça das Flores, ao cantinho da Rua do Século, ao alfarrabista que tem sempre Pan Pipe como som ambiente, e a todos os outros, à Feira da Ladra, à Rua Anchieta nos Sábados de manhã, aos saldos da Assírio e Alvim e da Cotovia! Quero lá bem saber se as grandes vão à falência e põe a liquidação total a 1 euro! Ao menos vendem-se, não se compram. Viva a tudo que seja livro e não economia, mercado e capitação!

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