Poesia em tempos de guerra

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Doce poesia! a mais bela das artes! Nunca as decepções conseguiram vencer o amor que desde a mais tenra infância te consagrei, a ti que em nós acendes o poder criador e nos aproximas da divindade! A própria guerra só conseguiu aumentar o poder que a poesia sobre mim exerce e é graças a uma e a outra que o céu doravante se confunde com a minha cabeça estrelada. Doce poesia! lamento que estes incertos tempos me não permitam entregar-me à tua inspiração no tocante à matéria deste livro, mas a guerra continua. Tenho, antes de para lá voltar, de acabar esta obra e a prosa é o que melhor se coaduna com a minha pressa.


APOLLINAIRE, A Mulher Sentada
Trad. de Luiza Neto Jorge



Apollinaire alistou-se como voluntário na 1ª Guerra Mundial. Foi ferido na cabeça, com estilhaços de obus, sendo sujeito à prática de trepanação.

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