O que será do Museu de Arte Popular?

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Museu de Arte Popular mudou de casa

09. 07. 2009 - Ana Machado - Público
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É a primeira vez que o espólio de um museu muda de casa, para dentro de outro. Foram nove meses para fazer a mudança do Museu de Arte Popular, fechado desde 1998. Quando se poderá visitar a colecção? Será que vai voltar à antiga casa?
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Joaquim Pais de Brito não se lembra de alguma vez ter acontecido uma coisa destas. O espólio inteiro de um museu totalmente transferido para outro museu. Aconteceu com o Museu de Arte Popular, em Lisboa. Todos os objectos, que representam a mostra da arte popular produzida de norte a sul do país, reunida pela vontade de António Ferro durante os anos 40, em plena ditadura, foram transferidos para o Museu Nacional de Etnologia, também em Lisboa, de que Pais de Brito é director. "Sabia-se que o museu estava em obras, que tinha infiltrações, que o quadro de electricidade estava em mau estado, que não havia filtros anti-raios UV nas janelas nem alarme", disse ao P2. "Havia que criar condições."
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A ordem para proceder aos trabalhos para acolher o espólio do Museu de Arte Popular (MAP) no Museu Nacional de Etnologia (MNE) chegou à sua secretária em 2006. "Fui informado em Outubro e fiz questão de ditar as minhas condições: impedir a perda de informação, não dispersar as colecções e proceder a um inventário rigoroso sobre tudo o que havia no museu, com registo fotográfico, o lugar onde pertencia, a sua proveniência, tudo. Pedi ainda para que ficasse registado o estado de conservação das peças e que nos fosse garantido orçamento para arranjar espaço próprio para receber o espólio no Museu de Etnologia e para que tivesse uma equipa de seis pessoas dedicada ao trabalho."
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Condições aceites, a mudança começou. "Fez-se o trabalho mais notável que este museu já fez. Havia uma grande responsabilidade intelectual e pessoal. Este foi um acontecimento muito raro. Tinha de ser um trabalho consolidado, qualquer que fosse o objectivo da mudança. Mas nem sequer se me colocou a questão de não continuação do Museu de Arte Popular!", exclama Pais de Brito, que coordenou os trabalhos, recordando que já tinha acompanhado um processo idêntico em França, quando o Museu de Arte e Tradições Populares foi integrado no grande Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo, em Marselha.
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O MNE tornou-se, assim, guardião de um tesouro no meio de uma polémica: intelectuais e figuras ligadas à museologia defendem o regresso do espólio ao espaço original, o edifício do Museu de Arte Popular, junto ao Tejo, tendo para isso reunido num abaixo-assinado já mais de 4300 assinaturas. O Ministério da Cultura reclama o espaço da frente ribeirinha para fazer nascer um novo espaço, o Museu Mar da Língua Portuguesa, apresentado ainda durante o mandato da anterior ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima.

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