António Franco Alexandre, matemático, filósofo, enfim, poeta

Posted by TELEMAQUIA in ,

nenhuma arte, nenhum saber, memórias
nada na manga metálica dos olhos
nada no simples claro contratempo
nas palavras medidas pelo breve

indício do sentido.
venha comigo ver os nunca vistos
desastres do jamais acontecido
objectos, por ora, cintilantes

e vastos como cidades de além-terra, quando
o corpo em vão mastiga sede e sangue.
inquira

a física do som e da visão
com passagem pelo tormento.
nenhuma arte, veja, voz alguma.


António Franco Alexandre; A Pequena Face; 1983

This entry was posted on sábado, 11 de julho de 2009 at sábado, julho 11, 2009 and is filed under , . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

1 comentários

discutivelmente, e na minha muito humilde opinião, o melhor poeta português vivo. sem precisar de grande publiidade e academismo atrás dele.

17 de julho de 2009 às 18:03

Enviar um comentário