Hoje que se deitou cedo se chovia
que maravilha estamos afinados
Que se dormiu pouco que tanto fazia
vem por aí gente que se conhece e
juro que alguma palavra me aborrece
assim deitada junto das outras e
perguntam se estão bem se é aqui e
se não tem no texto mais ninguém
que não querem no texto mais ninguém
e o que na boca acontece
a minha e a tua bem de ver
que parece que andamos à turra
mas estamos apenas a caminho da cama
gostamos do engano desta trama minha
e dessa trama tua se não me engana
agora que se se deitou cedo e chovia
e combinamos jantar mais logo
telefonas tu e telefono eu.


Não tem maneira de ir no forró
que não seja a malta toda indo hoje no forró
dispomos as palavras nesta ordem ou
podemos somente dançar de outra maneira
mas o corpo é o corpo e mais nenhum
somos nele como mais ninguém
dançássemos o forró de outro jeito
e já não seria a dança para que vínhamos
nós gostamos é das palavras deste lado
e do corpo assim balanceado
A gente vai dançar no timbre nosso
acordamos cedo para correr mas chove
e ainda assim descemos na praia
matar as canelas na desforra pendente
a gente vai mas é dançar no timbre nosso
Não tem outra maneira de ir no forró
nem há dias quando o poema me lembrou.


Juro que aqui estamos sentados
julgo que mo disse ainda hoje ao despertar
uma mesa diante dos pés
uma manta acolhendo faz frio
frio que veio pela tarde
juro que aqui estamos sentados
o sofá dói a esta hora de domingo
Temos um amor e está bem
podemos deixá-lo na mesinha do corredor
ou no balcão da cozinha junto do pão
e não tem erro, entrar e sair de casa
é passar por ele
Logo de manhã é barrá-lo na fatia de pão,
pedir um bocadinho mais destas migalhas